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GRUPO DE REFLEXÕES COM ADOLESCENTES: DANDO VOZ AO SILÊNCIO

BARBOSA, Da Silva. Tainá¹

LOPES, Da Silva R. Carla¹

TORRES, Samantha²

RESUMO

Este artigo versa sobre uma intervenção acadêmica de psicologia realizada em uma escola pública no município de Porto Alegre- RS com adolescentes cursando o oitavo ano do ensino fundamental. Trata-se de um estudo descritivo a partir de observações oriundas a esta intervenção que foi norteada pela metodologia de grupoterapia orientada por Pinchon Riviére. Com objetivo de identificar a importância de trabalhos em grupos nas escolas e a construção de espaços para momentos de reflexão onde esses jovens sejam acolhidos com suas demandas. Sugerimos a continuidade de intervenções nesta abordagem, devido à riqueza de informações e aspectos a serem desenvolvidos. Ilustra-secomo os grupos de reflexão são importantes para os jovens que estão em pleno desenvolvimento tanto emocional como físico. Vimos que a função continente do grupo terapia são de grande valor para o desenvolver do grupo e o crescimento individual de cada adolescentes ali presentes nas atividades. Bem como a carência de parcerias nas escolas de profissionais com atividades dirigidas ao adolescente.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes; escola; grupo operativo; psicologia.

ABSTRACT:

This article deals with an academic intervention of psychology held in a public school in the city of Porto Alegre-RS with adolescents attending the eighth grade of elementary school. This is a descriptive study based on observations from this intervention that was guided by the group therapy methodology guided by Pinchon-Riviére. In order to identify the importance of group work in schools and the construction of spaces for moments of reflection where these young people are welcomed with their demands. We suggest continuing interventions in this approach, due to the wealth of information and aspects to be developed. It illustrates how important reflection groups are for young people who are in full development both emotionally and physically. We have seen that the continent function of the therapy group are of great value to the development of the group and the individual growth of each teenagers present there in the activities. As well as the lack of partnerships in professional schools with activities aimed at adolescents.

KEYWORDS: Adolescents; school; operating group; psychology.

  1. Acadêmicas do curso de Psicologia do Centro Universitário FADERGS.
  2. Professora Orientadora Mestre em Psicologia Social e Institucional pelo do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGPSI/UFRGS/2016).

INTRODUÇÃO

Uma das fases da vida do ser humano, mais emblemática sem dúvida é a adolescência, pois encontra-se em uma transição entre a infância e a vida adulta. E toda a mudança de status impacta em alguma consequência, especialmente nesta fase de desenvolvimento que está carregada de transformações fisiológicas e psicológicas que na maioria das vezes acabam influenciando o meio social.

A adolescência para Aberastury e Knobel (1981, p. 13) “é um período de contradições, confuso, ambivalente, doloroso, caracterizado por fricções com o meio familiar e social. Este quadro é frequentemente confundindo com  crises patológicas”. Para a mesma autora, é difícil para o adolescente assimilar os impactos projetivos de seu meio social, sendo um receptáculo propício para encarregar-se de conflitos alheios e assumir aspectos mais doentios deste meio de convívio. Ou seja, a sociedade tem projetado suas falhas, na juventude (ABERASTURY; KNOBEL, 1981).

A escola neste período é um ambiente fundamental para o auxílio da construção do sujeito, tradicionalmente de fonte de conhecimento, estabelecimento de disciplina e normas. O ambiente escolar também faz com que este indivíduo integre-se ao meio coletivo, promovendo assim um espaço de descobertas a fim de ampliar potencialidades.

A escola é uma das instituições mais importâncias na vida do indivíduo, dedica-se ao processo de ensino e aprendizagem, englobando múltiplas questões sociais históricas e atuais.  Sendo a educação escolar fundamental ao processo de socialização do conhecimento produzido pela humanidade (LIMA, 2005). Neste contexto socioeducacional Wagner (2018), aponta o processo educacional responsável pelo crescimento, transformação e desenvolvimento da pessoa, o preparando a para sua vida interpessoal por meio de competências e habilidades desenvolvidas.

Como descrito anteriormente à adolescência é um período de transição e toda mudança requer algum período de adaptação, os adultos que cercam estes jovens devem estar atentos aos processos esperados da adolescência para poder ajudar atravessar este momento com segurança. Onde nesta fase as mudanças físicas acabam refletindo nas atitudes comportamentais e os processos bioquímicos hormonais influenciando nas emoções desses jovens, de modo a transparecer algo patológico para os que o rodeiam.

Diante deste cenário de grandes oportunidades da escola e adolescência, foi realizado o projeto de intervenção Grupo de reflexões com adolescentes: dando voz ao silêncio, a partir das observações das rotinas da escola durante estágio acadêmico, considerando importante a formação de grupos desde jovens, já que observamos no local situações de conflito entre os adolescentes. Pensamos em obter esses debates de novas ideias, padrões, para que assim consigam ressignificar novos aspectos desses assuntos com uma estrutura adequada.

Conforme o site do Conselho Federal de Psicologia o psicológico deve junto aos educadores resgatar o papel de educar através de princípios e experiências, não somente de transmissão de conhecimentos, para assim tornar a escola um espaço de expressão da subjetividade, de estabelecimento de laços sociais (CFP, 2018).

OBJETIVO

Identificar a importância de existir trabalhos em grupos na escola, para que se possa proporcionar aos estudantes um espaço onde se construa momentos de reflexões sobre o que eles vivem nesta fase da adolescência. Que este local seja propicio para discussões de temas emergentes destes jovens, pois nesse ambiente eles serão acolhidos com suas demandas, para que assim possuam um amparo na formação de suas identidades.

METODOLOGIA

O projeto que aplicamos em uma escola pública, foi uma intervenção de grupo, onde se trabalhou com os adolescentes do oitavo ano do ensino fundamental. Para Leblon (1997), o grupo é um ambiente onde se desenvolve trocas, que cada um aprende a situar-se em relação ao outro, encontrando um território e símbolos coletivos que permitem falar sobre todos, permitindo traçar uma rede singular de interações sempre favorecendo a descoberta da força afetiva das co-produções.

De acordo com o autor Carlos (2013), o grupo também pode ser percebido como um ambiente onde os indivíduos mostram suas diferenças, onde as relações de poder estão expostas, onde o conflito é inerente às relações que se estabelece. Onde há uma convivência do diferente, em um movimento de cada um e de todos procurando discutir suas ideias com os outros.

  Zimerman (2000), caracteriza alguns requisitos para compreender um grupo, são os seguintes: o grupo não é um somatório de indivíduos, ele se constitui como uma nova entidade com leis e mecanismos próprios; os integrantes estão reunidos em uma tarefa; o tamanho do grupo não pode afetar o limite da comunicação, verbal, visual, auditiva e conceitual; deve haver um setting e o cumprimento das combinações nele feita; o grupo se manifesta como uma totalidade; deve manter preservado as identidades  específicas de cada membro do grupo; é inerente a constituição do grupo  a existência de uma interação afetiva de natureza múltipla e variada dos seus membros; em todo grupo coexiste duas forças contraditórias, umas tendente à coesão e a outra à sua desintegração; é inevitável a formação de um campo grupal dinâmico, onde circula fantasias, ansiedades, identificações, papéis.

Na nossa intervenção usamos como modalidade grupal o grupo operativo, de acordo com Pichon Rivière (2005), este grupos têm suas atividades centradas na mobilização de estruturas e estereotipadas por causa do momento de ansiedade despertada por uma mudança. O esclarecimento, a aprendizagem, as tarefas condizem com a melhora, criando um novo esquema de referência.

Teoria da aprendizagem e da comunicação, o grupo expressa tanto na forma de formular seus problemas, quanto em seu discurso. A comunicação grupal é possível pela existência de um esquema conceitual, referencial e operativo em termos de comunicação e informação, estes processos são de codificação e decodificação de sinais pertencentes ao indivíduo e do grupo.  No grupo, essa comunicação torna-se uma espiral dialética, paralela ao curso da aprendizagem, compreende-se que a aprendizagem segue o trilho da comunicação e vice-versa.  (PICHON-RIVIÈRE, 2005)

Para Pichon Rivière (2005), o ato de ensinar e aprender, junto ao indagar ou investigar, compreende o ensinar e o aprender, uma dialética experiência de aprendizagem constante, assim na interação os participantes, descobrem, aprendem e ensinam o grupo. Com essa linha de pensamento, percebe-se que a troca de experiência, diálogos, gera um crescimento de conhecimento e aprendizagem no grupo.

Assim usamos os grupos operativos voltados para aprendizagem, mais especificamente grupo de reflexão. “O grupo de reflexão é uma indicação prioritária em todos os programas educacionais, que visam alinhar o propósito da informação o da formação, especialmente no que se refere à aquisição e atitude internas” (ZIMERMAN, 2000, p. 92).

RESULTADOS

A intervenção foi desenvolvida em uma escola pública de Porto Alegre com adolescentes, estes tinham entre 14 à 18 anos de idade, o grupo continha 13 alunos, estes cursando o oitavo ano. O grupo obteve apenas quatro encontros, pois ouve questões institucionais atravessando o andamento do trabalho. Os encontros foram coordenados por duas estudantes de psicologia do oitavo e nono semestre. O foco do trabalho era obter um espaço onde esses jovens pudessem se comunicar, compartilhando o que se pensa e sente.

A adolescência é um período de grande vulnerabilidade, devido a mudanças físicas e psicológicas do desenvolvimento é quando o indivíduo inicia a se tornar independente dos pais, valorizando mais os pares, também querendo explorar uma variedade de situações as quais ainda não sabe bem como lidar (SAPIENZA; PEDROMÔNICO, 2005).  Este olhar maior na adolescência, um momento decisivo para o percurso de vida, passou a ser, então, deslocada para os fatores de mudança e plasticidade, bem como para a diversidade social e cultural, que podem ser mais declarado neste período. (SENNA; DESSEN. 2012)

A juventude é uma etapa evolutiva em que as antigas formas identificatórias vão se plasmar, oportunizando assim uma ressignificação por meio do a posterior. A desidentificação adquire papel de grande significado no processo de formação de identidade (BECKER; BRODACZ, 2015).

A partir do momento que os adolescentes revisão padrões estabelecidos para formar sua próprias, opiniões, ideias e ideais, renuncia ao que até então constitui sua fonte de segurança: suas identificações parentais e a internalização de um ideal de ego (KANCYER, 1985,1999 apud BECKER; BRODACZ, 2015).

A partir deste referencial podemos identificar o quão rico é poder estar inseridas com o trabalho junto aos jovens, podendo dar voz as suas questões com olhar atento sem julgamentos e sim acolhedor.

 No primeiro encontro do grupo foi estabelecido normas para eles, quais seriam os dias e horários para a atividades. Nesses encontros foram discutidos inúmeros assuntos, os quais eles traziam para a roda, como lidar com seus sentimentos, os relacionamentos com os pais e familiares, amigos e namorados, preocupações com o futuro, por exemplo, que faculdade ou trabalho seguir. Além das conversas os integrantes produziram poemas e desenhos sobre os temas ali trabalhados.

Zimerman (2000), cita três possibilidades de trabalho clínico com grupos de adolescentes, uma delas é usar a interpretação para acabar com as ansiedades das fantasias inconscientes dessa fase; permitir a livre manifestação de ações e sentimentos, as quais serão devidamente contidas pelo terapeuta; e a terceira permite o grupo socializar com uma liberdade de atividades criativas, que permite o imaginário e o simbólico. Vimos que estas formas de trabalho podem caminhar juntas, auxiliando uma a outra, e assim proporcionando o grupo em um espaço continente.

Ao longo da intervenção percebemos como o grupo foi exercendo uma função continente. Zimerman (2000), pontua quatro aspectos da função continente, os quais conseguimos notar durante a evolução de cada encontro com o grupo, a seguir estes aspectos estarão listados e comentados referente a como se sucedeu nesse grupo de adolescentes.

O primeiro ponto que Zimerman (2000) traz é sobre o setting grupal, onde se estabelece uma definição de limites, um aporte de realidade exterior, com o entendimento das regras, leis e normas imposta pela cultura da sociedade, assim estabelecendo o reconhecimento da assimetria. Com isso vimos que no decorrer dos encontros do grupo, os adolescentes foram se adequando ao funcionamento do setting, cumprindo os deveres, responsabilidades e desempenhando os papeis de participantes, assim se determinou uma função continente feita pelo grupo.

Segundo Zimerman (2000), o que se dá de mais importante no grupoterapeuta é a potencialidade de acolher os jogos intensos de identificações projetivas, que circula em todo o grupo, e atinge de forma mais intensa o terapeuta. Por tanto, ele deve conter essa carga projetiva coberta de desejos, angustias, pulsões amorosas e agressivas, etc., para que consiga fazer a discriminação entre elas e descodificação, entender o que é de cada um e de todos, transformar e desenvolver uma forma ressignificação, dando nomes a experiências ali colocadas. Observamos que este trabalho de acolher as identificações projetivas e ressignifica-las, gerou uma certa tranquilidade no grupo, pois assim eles começaram analisar algumas situações de formas diferentes.

Outra observação que Zirmenan (2000) pontua é que cada integrante do grupo possa com o auxílio do grupoterapeuta, adquirir a aptidão ser continente não apenas a suas próprias angustias, mas dos seus pares. Notamos que os jovens integrantes do grupo, algumas vezes conseguiram exercer esse papel de continente, dando apoio aos colegas no controle de seus problemas, promovendo um alívio, aumento da confiança e auto- estima.

O último aspecto que Zimernan (2000, p 102) relata “que o próprio grupo, como uma entidade abstrata, funciona como um importante continente.”  Desta forma os integrantes quando formam um aspecto de pertencimento ao grupo, sendo aceito e reconhecido pelos demais e vice-versa, gerando uma sentimento de que se pode contar com o outro. Escutamos muitas vezes falas dos adolescentes nesse sentido de pertencimento do grupo, como “O nosso grupo vai acontecer hoje tia” (SIC), e o quanto esse sentimento de inclusão em um ambiente continente era benéfico para eles, pois traziam este questionamento de dúvida em relação a continuidade do seu grupo, pois além de tudo precisavam desse local de escuta qualificada.

Conforme Papalia (2013), o grupo de pares na adolescência tem uma importância na fonte de apoio emocional durante a complexa transição emocional desta fase. O grupo de pares é uma fonte de afeto, acolhimento, entendimento e orientação da moral, um local para conquistar a autonomia e independências dos pais.  

Lemos e Neto (2017), aponta que a psicoeducação pode ser feita em diversos ambientes, pois visa uma intervenção que junto ao paciente co-construa estratégias de enfrentamento, tenha conhecimento de seus anseios e expectativas sobre um problema. Pensando em contextos educativos, podemos então expandir esse conceito através das considerações de CINTRA e GUERRA (2017) sobre a psicologia positiva: mais do que buscar soluções em conjunto para um “problema”, faz-se necessário buscar alternativas que foque na potencialidade da situação e das pessoas envolvidas.

Tendo em vista que “O processo de educação é um processo psicológico”. (VIGOTSKI, 2003, p. 41 apud MOREIRA; GUZZO, 2016p. 5).  Pode-se assumir a importância do psicólogo no âmbito escolar, entretanto embora diferentes as atividades de pedagogos e psicólogos, contudo ambas constituem um processo educativo (MORREIRA; GUZZO, 2016). No entanto outro autor aponta uma necessidade de maior clareza quanto a identidade e finalidade profissional entre os psicólogos educacionais.

Na construção da psicologia que elege a educação como objeto de reflexão e ação, é preciso subsídios teórico-práticos importantes que possibilitem a consolidação de um corpo de conhecimentos mais sólidos que faça avançar, no interior da ciência psicológica, a compressão sobre o processo de construção social do indivíduo e que permita que a educação possa construir práticas pedagógicas (LIMA, 2005,p. 22).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A convivência com outros oportuniza ao indivíduo a construção de suas aprendizagens, assim transformando a si e ao meio que está inserido, neste sentido a escola é um local de interação social muito rico, já que muito tempo é dedicado para este ambiente, tanto diariamente quanto cronologicamente. Perpassa da infância até a adolescência o período escolar, e justamente nesta fase de transição, tanto do adeus a infância quanto as inquietudes para idade adulta que surgem, a escola pode ser uma aliada para apoiar o desenvolvimento saudável destes jovens.

A partir desta reflexão, foi desenvolvida a intervenção, para que pudéssemos dar voz a esses jovens, com um olhar diferenciado ao normatizador da sala de aula, sem julgamentos, promovendo um espaço livre. Afim de despertar a interação ao grupo, suscitando assuntos espontâneos bem como auxiliá-los no esclarecimento das dúvidas, de forma dinâmica, colocando-os como protagonistas e interagentes.

Inicialmente nos sentimos desafiadas com a intervenção, tomadas pelo receio devido à inexperiência com grupos. No entanto, já no princípio nos sentimos muito a vontade, pois obtivemos a aceitação e o respeito, estabelecendo assim o vínculo positivo com os jovens.  Conseguimos alcançar nosso objetivo inicial e para, além disto, identificamos situações de sofrimento as quais foram encaminhadas para psicoterapia.

No entanto ao longo do calendário da intervenção, fomos surpreendidas com outro desafio, a greve dos professores, o que impactou no desfecho de nossa atividade. Fato que não pode passar despercebido, pois podemos sentir junto a estes jovens a dificuldade em estar à mercê do serviço público, que deveria garantir com qualidade o direto da educação. Porém não podemos deixar de estar sensibilizados aos professores que têm de prover seu sustento com salários parcelados e benefícios na eminência de serem cessados, gerando descontentamento e desmotivando o serviço.

Ficamos tanto quanto os adolescentes nos questionando, também nos surgiram angústias frente a este cenário, pois nos preocupa que além das questões pessoais, fiquem preocupados com seu futuro que em boa parte depende de uma educação de qualidade. Não queremos aqui questionar a qualidade do serviço dos professores, mas entendemos que eles precisam estar motivados e dignamente valorizados para que possam prestar um serviço a comunidade escolar motivador, tendo em vista as dificuldades que a rede pública já enfrenta, como a falta de recursos, violência entre outros.

No entanto nos sentimos privilegiadas em fazer parte deste momento, que embora seja um pequeno recorte do ambiente escolar nos colocou como pontes, pois esse é o objetivo da educação: construir pontes para o futuro. Para que esse futuro seja possível, a escuta sensível se faz necessária, pois impulsiona potencialidades, estimula a fala podendo quebrar paradigmas.

Como diz Cora Coralina: feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina – dessa forma, inserir-se no contexto escolar: para que os saberes sejam compartilhados, potencializados e o aprendizado estimulante. Considerando o contexto em que a população da escola está inserida produzindo uma aprendizagem compartilhada significativa valorizando os sujeitos e as subjetividades daqueles que ali passam boa parte de suas vidas.

Sugerimos a continuidade de intervenções nesta abordagem, devido à riqueza de informações e aspectos a serem desenvolvidos. Bem como a carência de parcerias nas escolas de profissionais com atividades dirigidas ao adolescente. Impulsionar, este tipo de intervenção contribui no esclarecimento de questões latentes angustiantes, esclarece dúvidas cotidianas, promove o debate, a interação social desenvolvendo-os e os encorajando-os como protagonistas e sujeitos construtores e formadores de opinião.

REFERÊNCIAS

ABERASTURY, A.; KNOBEL, M.  Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artes médicas, 1981.

BECKER, A.; BRODACZ, G. Psicoterapia de Orientação Análitica: funamentos teóricos e clínicos. Organizadores: Claudio Laks Eizirik, Rogerio Wolf de Aguiar, Sidnei S. Schestatsky – 3. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2015.

CARLOS, Sergio Antonio. O Processo Grupal. In: Strey, Marlene et al (org.) Psicologia Social Contemporânea: livro-texto. Petrópolis: Vozes, 2013.

CINTRA, C. L.; GUERRA, V. M. Educação Positiva: A aplicação da Psicologia Positiva a instituições educacionais. Psicologia Escolar e Educacional , SP V. n21 n 3, p 505-514,  2017.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Suicídio: tempo de prevenção, tema de muitas profissões. Publicado em: 13/09/2018Disponível em: <https://site.cfp.org.br/suicidio-prevencao-transdisciplinar> Acesso em: 27 nov. 2019.

LEBON, A. Psico-educação: a ciência do “viver com” educativo e terapêutico. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, n. 12-13, p. 11-27. Aug.  1997

LIMA, A. O. M. N.Breve Histórico da Psicologia escolar no Brasil. Revista. Psicologia Argumento: Curitiba, v.23, n. 42, p. 17-23, 2005.

MOREIRA; A. P. G., GUZZO; R. S. Situação-limite e potência de ação: atuação preventiva crítica e m psicologia escolar. Revista. Estudos de psicologia.  Campinas –SP , n21 v. 2 2016.

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

PINCHON-RIVIÈRE, E. O Processo Grupal. Livraria Martins Fontes, 7. Ed. São Paulo, 2005.

SAPIENZA, G.; PEDROMONICO, M. R. M. Risco, proteção e resiliência no desenvolvimento da criança e do adolescente. Revista Psicologia em estudo, Maringá v. 10n. 2, p. 209-216, 2005.

SENNA, S. R. C. M,;  DESSEN, M. A. Contribuições das teorias do desenvolvimento humano para a concepção contemporânea da adolescência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, V. 28, n 1 p 101-108, 2012.

WAGNER, M. RA mediação transformativa reflexiva de conflitos como proposta de tratamento do bulling na situação peculiar de vizinhança escolar. Revista Juventude e Políticas Públicas, Brasília, v. 2, Ed esp. P. 14-24, 2018.

ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

Programa Horizontes Portas Abertas: Curso de Formação Psicoterapia Psicanalítica

Dia 08 de novembro. Sexta-feira. Das 12h30 até 18h. Portas Abertas no Curso de Formação Psicoterapia Psicanalítica.

12h30 até 13h45.

Fundamentos Winnicott com Ana Cláudia Menini.

Fundamentos Lacan com João Jaeger.

13h45 até 14h. Intervalo.

14h até 15h15.

Seminário Freud 2 com Renata Vives.

Psicopatologia 4 com Gabriela Martins.

Seminário Freud 6 com Keylla Jung.

15h15 até 16h30.

Psicopatologia 2 com Júlia Protas e Elizabeth Mazeron.

Técnica 4 com Josiane Weiss.

Técnica 6 com Magda Martins Costa.

16h30 até 16h45. Intervalo.

16h45 até 18h.

Técnica 2 com Magda Nunes.

Seminário Freud 4 com Lisandra Guillen e Roaldo Machado.

Psicopatologia 6 com Edda Petersen.

Atividade A Metapsicologia da Contratransferência e do Psicanalista. Dia 08 de novembro.

Ministrante: Lizana Dallazen – Psicóloga e Psicanalista.

Horário: 18h.

Atividade Gratuita.

Plantão às 19h30.

Esclarecimento de dúvidas sobre o Curso de Formação Psicoterapia Psicanalítica.

– Para os dois dias é necessário se inscrever por horário e seminário.

– A inscrição é prévia. São inscrições separadas para o Portas Abertas do Curso de Formação e para a Atividade sobre A Metapsicologia da Contratransferência e do Psicanalista.

– Inscrições e mais informações: instituto@clinicahorizontes.com.br / 51 30191799.

– Local: Rua José Gomes, 393 – Tristeza, Porto Alegre/ RS.

-TODAS AS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS E COM CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO!

Evento para Idosos, familiares e Cuidadores

A Clínica Horizontes e o Núcleo de Atendimento e Pesquisa em Envelhescência do Instituto de Ensino Horizontes preparam um dia inteiro de atividades.

O evento ocorrerá no dia 09 de Novembro, das 09:30 às 17:00 horas, no Centro Comunitário da Tristeza – Rua Landel de Moura, 430 – Porto Alegre/RS.

As atividades são gratuitas e as inscrições devem ser feitas pelo telefone 51 30191799 ou pelo email contato@clinicahorizontes.com.br

PROGRAMAÇÃO

  • 09:30 às 10:00
  • ABERTURA – com apresentação e história do Centro Comunitário Tristeza
  • Ministrantes: Alessandra Lufiego (Psicóloga) e Sandra Mota (Psicóloga e Coordenadora do Núcleo de Atendimento e Pesquisa em Envelhescência)
  • 10:00 às 10:45
  • ESQUECER: ISSO É NORMAL?
  • Ministrantes: Larissa Branco (Fonoaudióloga, Mestre em Gerontologia Biomédica- PUCRS) e Manoela Czuka (Fonoaudióloga – Neuropsicóloga- Sócia-Diretora da Clínica Horizontes e Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Autismo)
  • 10:45 às 11:00
  • Coffee Break
  • 11:00 às 11:45
  • PROMOÇÃO A QUALIDADE DE VIDA: ADULTO MADURO
  • Acompanhando o uso de violão e música
  • Ministrante: Dr. Ronald Selle Wolff ( Professor de Medicina da UFRGS e Médico da prefeitura de Porto Alegre
  • 11:45 às 13:00
  • Almoço com valor simbólico
  • 13:00 às 13:30
  • SENSIBILIZAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
  • Ministrantes: Débora de Oliveira Soares (Psicopedagoga) e Vanessa Diehl (Neuropsicopedagoga e Diretora da Clínica Horizontes)
  • 13:30 às 14:00
  • ATIVIDADE SURPRESA
  • 14:00 às 14:30
  • PERDAS E GANHOS DO ENVELHECIMENTO
  • Ministrante: Tatiana Gil Asnis (Psiquiatra e Psicoterapeuta de Orientação Psicanalítica)
  • 14:30 às 15:15
  • ATIVIDADE COGNITIVA COM SUPERA
  • Coordenadores: Marcelo Chipaux (Diretor franqueado) e Graziela Moretto (Consultora comercial)
  • 15:15 às 16:15
  • ATIVIDADE DINÂMICA
  • Coordenador: Rafael Bertolini (Fisioterapeuta, Mestrando em Ciências de Reabilitação pela UFCSPA, Instrutor de Tai Chi Chuan e Chi Kung -filiado a Federação Brasileira de Tai Chi Chuan e Chi Kung- FBTCCK)
  • 16:15 às 16:30
  • Coffee Break
  • 16:30 às 17:00
  • CUIDANDO DE QUEM CUIDA
  • 17:00
  • Encerramento

ATIVIDADES PARALELAS DURANTE O DIA

  • SUPERA (Ginástica para o cérebro)
  • MESA DA TECNOLOGIA ( informações como usar redes sociais com Juciane S. Feijó e Maria Carolina)
  • ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO (informações sobre atendimentos com as Psicólogas Alessandra Lufiego e Nicole Abreu Tartarelli, e com o estagiário da clínica Horizontes Gabriel Vanin)
  • ATIVIDADES CULTURAIS ( leve sua cuia e bomba para chimarrão)

ORGANIZADORES DO EVENTO

Núcleo de Atendimento e pesquisa em Envelhescência do Instituto de ensino e Clínica Horizontes:

  • Alessandra Lufiego – Psicóloga
  • Gabriel Vanin – Estagiário de Psicologia na Clínica Horizontes
  • Jessica Mazzini – Estagiária de Psicologia na Clínica Horizontes e Coordenadora do Núcleo de Atendimento e Pesquisa em Envelhescência
  • Juciane Santos Feijó – Estagiária de Psicologia na Clínica Horizontes
  • Nicole Abreu Tartarelli – Psicóloga e Coordenadora do Núcleo de Atendimento e Pesquisa em Envelhescência
  • Núbia de Souza – Estagiária de Psicologia na Clínica Horizontes
  • Maria Carolina Fontoura – Estagiária de Psicologia na Clínica Horizontes
  • Sandra Regina da Mota – Psicóloga e Coordenadora do Núcleo de Atendimento e Pesquisa em Envelhescência

Jornada 2019: Sofrimento Psíquico na Infância e Adolescência – Escuta e Intervenção

A Jornada 2019 do Instituto de Ensino Horizontes ocorreu nos dias 31 de maio e 1º de Junho, na IMED Porto Alegre e teve como convidada a Psicanalista Argentina – Beatriz Janin.

A programação do dia 31 de Maio iniciou com a Apresentação de Temas Livres, realizada por diversos profissionais e estudantes de psicologia. Os avaliadores foram: Maira Noroefé dos Santos, Julia Protas, Lisandra Guillen, Ana Claudia Menini.

Após tivemos o Eixo Temático: Gênero, Sofrimento e Subjetividade – coordenado pela psicóloga Magda Dedavid Nunes e com as painelistas – Elisabeth Mazeron Machado e Aline Pinto.

O segundo Eixo Temático: Quando o sofrimento psíquico toca o corpo – foi coordenado pela psicanalista Magda Martins Costa, com as painelistas Vládia Schmidt, Nátalia Mezera, Ana Paula Terra Machado e Franciane Moresco.

O terceiro Eixo Temático: O trabalho com pais na análise de crianças e adolescentes – foi coordenado por Lisandra Guillen, com as painelistas Ane Marlise Port Rodrigues, Josiane Weiss, Inúbia Duarte.

O dia encerrou com a Conferência da Drª Beatriz Janin – A patologização da infância e da adolescência e o mal estar da medicalização – e coordenada pela psicanalista Renata Vives.

No dia 1º de Junho tivemos o Eixo Temático: Todo sofrimento psíquico na primeira infância é autismo? – coordenado pela fonoaudióloga Manoela Czuka, com os painelistas: Beatriz Janin, Carla Graña, Renato Coelho

A Jornada terminou com o Eixo Temático: Sociedade medicalizada: déficit de atenção, hiperatividade e transtorno opositor desafiante – coordenada pela psicóloga Edda Petersen e com os painelistas Beatriz Janin, Josênia Munhoz, Marcelo Felippe.

Confira as fotos da Jornada:

A importância da avaliação do desenvolvimento na infância

Quando falamos em avaliação do desenvolvimento na infância surgem diversas dúvidas, tanto nos pais, cuidadores, como nos profissionais. Afinal, se o sujeito está em formação, por qual motivo é necessário realizar a avaliação? Como se sabe quando devemos procurar ajuda?

A infância tem impactos importantes por toda nossa vida, é esta fase que aprendemos a conviver em sociedade, a formar vínculos e relações, além da formação do caráter e personalidade do indivíduo; tais fatores influenciam muito o desenvolvimento da criança, além de como esta irá se perceber (visão de si e visão de mundo, baseadas nas relações primárias com os pais ou responsáveis).

Dentro do desenvolvimento infantil esperado, encontramos comportamentos e percepções desse sujeito, de acordo com a sua faixa etária. Assim tendo um olhar atento e cauteloso podemos observar o que é comportamento típico e atípico da criança em questão.  

Por exemplo, ficar batendo a cabeça na parede ou se auto agredindo, não é um comportamento esperado para nenhuma idade. Vindo assim, a sinalizar que algo não está bem, que necessita de uma intervenção, apoio. Pensando-se em transtornos do desenvolvimento, transtornos mentais, quanto antes for realizada a estimulação e tratamento, mais se reduz de maneira significativa o nível de sequelas e problemas maiores no desenvolvimento da criança.

Por se tratar de sujeito em formação, nem sempre teremos um diagnóstico fechado, mas junto de uma avaliação multidisciplinar, podemos verificar o que trará mais benefícios e o que é mais indicado no atual momento.

A criança é bastante sensível a estimulação do ambiente, e uma vez identificado o sintoma, podemos definir intervenções que visem o tratamento e também a prevenção de complicações maiores no futuro. O foco não é somente o diagnóstico, mas sim, compreender quais são as dificuldades e os potenciais a serem trabalhados.

Artigo escrito por Thais Mello – estagiária de Psicologia na Clínica Horizontes

Setembro Amarelo – Você sabe porque essa é a cor escolhida?

“Setembro Amarelo” é uma campanha lançada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). Trata-se de um mês repleto de mobilizações em prol da vida e da saúde mental no que diz respeito ao suicídio. São realizadas diversas ações como divulgação de informações, publicidades e diálogos que buscam a visibilidade do tema, focando na conscientização e prevenção do suicídio. Tem como principal objetivo gerar debates que possam quebrar tabus sobre a temática, auxiliando pessoas que se encontram em vulnerabilidade e situações de risco, encorajando-as a procurar ajuda.

Amarelo…

Tu sabes o porquê dessa cor?

Em 1994, um adolescente de 17 anos chamado Mike Emme cometeu suicídio.

Mike era conhecido por ser um menino tranquilo, caridoso e encantado por mecânica. Havia trabalhado apaixonadamente na restauração do seu Mustang 68 e pintou todo o carro de amarelo. Este passou a ser conhecido como “Mustang Mike”. Apesar da paixão que demonstrava, quem conviveu com Mike não percebeu a angústia que ele carregava dentro de si…

No dia do seu funeral, foi colocada uma cesta de cartões com fitas amarelas presas a eles para que todos pudessem pegar um. Nos cartões, confeccionados por amigos de Mike, estava escrito a mensagem; “Se você precisar, peça ajuda”.

Em pouco tempo, os cartões se espalharam pelos USA, e por conta da repercussão a fita amarela foi escolhida como símbolo do incentivo à busca de ajuda.

Em 2003 a OMS ** decretou 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e o “amarelo Mustang” foi a cor escolhida para representar a campanha. No Brasil, a ação iniciou-se em 2015, promovida pelo Centro de Valorização a Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Se você perceber que uma pessoa do seu convívio está passando por dificuldades, ou que tenha mudado de comportamento, chame-a para conversar e escute-a. Este não é um momento de julgamentos, mas sim de manter contato; demonstrar preocupação e empatia. Permita-a falar e incentive-a a procurar um profissional capacitado para atendê-la e ajuda-la.

Suicídio não se trata de fraqueza… Pelo contrário. Por trás de um ato suicida existiu alguém que sofreu além do suportável e lutou com todas as forças para sentir-se melhor, chegando ao ponto de perder a percepção de outras formas de melhora.

Existem sim outras possibilidades e tu não estarás sozinho. Busque ajuda!

Fonte: cvv.org.br

Livro: Reflexões Psicanalíticas sobre Reprodução Assistida

Este livro é fruto de vários anos de pesquisa sobre temas que reúnem psicanálise e reprodução assistida, e é muito bem-vindo! Integra-se às publicações da Comissão de Mulheres e Psicanálise do IPA − COWAP na exploração e estudo das maternidades e paternidades contemporâneas que se inscrevem na implementação de avanços na fertilidade assistida.

Vislumbramos aqui um sinal do nosso tempo nos novos acessos à paternidade com as novas origens das crianças. Os diferentes capítulos refletem muitas das questões que surgem da psicanálise neste campo e nos colocam dentro de um novo paradigma sobre a diversidade das origens dos gametas doados e dos ventres substitutos. Nesse sentido, é uma publicação frutífera, que trata de temas plenamente válidos e atuais pelas mãos do grupo de psicanalistas latino-americanos que compõem este trabalho.

Abrange uma variedade de tópicos, como a infertilidade e os fantasmas presentes na reprodução assistida, as novas tecnologias, as fases do tratamento médico, o lugar da realidade e da fantasia neste campo. A produção de subjetividades junto com o desejo de filho e um de seus destinos, a paixão de filho. O lugar do bebê imaginário, a adoção de embriões, a barriga substituta e o segredo.

Felicito Renata Viola Vives pela edição e compilação deste “Reflexões Psicanalíticas sobre Reprodução Assistida”, uma valiosa contribuição para esses temas que encontram mulheres e homens no caminho da paternidade.

Patricia Alkolombre – Copresidente para a América Latina do COWAP − IP

Você respira pela boca?

Matéria escrita pela Fga. Daniela Feijó – CRFa 7: 6693

Nascemos respirando e pelo nariz. A respiração nasal faz com que o ar circule pelo aparelho respiratório filtrado, aquecido e umidificado. Também é responsável por manter o crescimento harmônico e funcional da face, influenciando a musculatura, a estrutura óssea e dentária e a saúde em geral.

A Respiração Oral acontece, quando as vias aéreas superiores estão obstruídas, atingindo tanto adultos como crianças. Isso pode acontecer por vários motivos, sendo que os mais comuns são hipertrofia de adenoide, amídalas, cornetos nasais decorrentes de doenças respiratórias de repetição. Esses problemas levam a necessidade de manter a postura da boca aberta para respirar, tendo efeitos prejudiciais de curto e longo prazo. 

Em especial nas crianças a Respiração Oral tem efeitos mais graves, por se tratar de indivíduos em pleno crescimento e desenvolvimento. Podemos observar dificuldades na sucção, mastigação, deglutição e na aquisição da fala, pela alteração no funcionamento da musculatura facial, assim como deformidades ósseas em palato, maxila e alterações dentárias. Além disso, a recorrência do hábito de respirar pela boca leva a maior incidência de novos quadros respiratórios, prejuízo na qualidade do sono (ronco, apneia e agitação noturna) e por consequência, na dificuldade da capacidade de atenção para as atividades diárias, podendo interferir no rendimento escolar.

O tratamento para a pessoa Respiradora Oral deve ser multidisciplinar, geralmente entre médico otorrinolaringologista e/ou pediatra, dentista e fonoaudiólogo.

O Fonoaudiólogo irá trabalhar a retomada do hábito de respiração nasal e reabilitar musculatura facial para que as funções alteradas de sucção, mastigação ou deglutição possam ser restauradas. 

Lembrando quando falamos de saúde, a prevenção e o tratamento precoce é sempre mais rápido e eficaz, pois evita complicações.

ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA EDUCAÇÃO

Fga. Glória M. I. Ferreira / CRFa 7- 10431

Na fonoaudiologia existem diversas áreas de atuação, entre elas o desenvolvimento infantil. A escola, é o local onde as crianças recebem mais estímulos para se desenvolverem, e a fonoaudiologia pode auxiliar neste desenvolvimento da linguagem, aprendizagem e fala.

O Conselho Federal de Fonoaudiologia aponta várias possibilidades de atuação no campo da educação, tais como, a capacitação e assessoria, o planejamento, desenvolvimento e execução de programas fonoaudiológicos, triagens fonoaudiológicas e orientações quanto ao uso da linguagem, motricidade orofacial, audição e voz, atividades no ambiente escolar que favoreçam ensino e aprendizagem, e as contribuições na realização do planejamento e das práticas pedagógicas de instituições educacionais.

Desta forma, o fonoaudiólogo(a) pode atuar tanto no ambiente escolar, quanto em clínicas, com prevenção e terapia para situações que apresentem dificuldades nestes aspectos citados.

Fonte:

https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/9113

https://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/

Abordagem fonoaudiológica na amamentação

Semana Mundial do Aleitamento Materno

Texto Elaborado pela Fga. Jacqueline Constante / CRFa 7: 8690

A Semana Mundial do Aleitamento Materno, oficialmente estabelecida pela OMS / UNICEF em 1992, é atualmente o movimento social mais difundido em defesa do aleitamento materno. Comemorado em mais de 120 países, de 1 a 7 de agosto, aniversário da Declaração de Innocenti, assinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em agosto de 1990  para a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno.

Muitos mitos rondam a amamentação e muitas mulheres ainda recebem orientações equivocadas que podem prejudicar um bom início da amamentação, o Fonoaudiólogo é o profissional habilitado a ajudar, prevenir e tratar alguns problemas que podem ocorrer nesse período tão importante. A pega correta permite, por exemplo, o adequado esvaziamento das mamas, estimulando a produção láctea e prevenindo feridas nos mamilos.

A oferta da amamentação na primeira hora de vida, ainda na sala do parto, estimula a mama a produzir mais leite, diminui o risco de hemorragia da mãe (estimula contração uterina), aquece o bebê dando mais conforto, facilitando a adaptação ao novo ambiente e ajuda a mãe manter-se mais calma através da liberação de neurotransmissores (endorfinas).

Importante também ressaltar que a amamentação favorece um bom vínculo mãe-bebê, estimulando e favorecendo um bom desenvolvimento da linguagem, além de proporcionar o crescimento e desenvolvimento adequado das estruturas orofaciais envolvidas nesse processo, prevenindo futuras alterações.

Se você tem ou conhece alguém que tem dúvidas com relação à amamentação, procure um fonoaudiólogo habilitado para esclarecimentos e orientações.

Fonte: http://www.unicef.org/spanish/nutrition/index_24807.html