Como reduzir o Estresse

402640-O-estresse-emocional-pode-colaborar-com-o-aparecimento-das-aftas.A palavra estresse, na verdade, caracteriza um mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não reagisse imediatamente ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado descendentes. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma série de mediadores químicos (o mais popular é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem. É pela ação desses mediadores que, num momento de pavor, o batimento cardíaco e a pressão arterial aumentam, o sangue é desviado do aparelho digestivo e da pele, por exemplo, para os músculos que precisam estar fortalecidos para o combate ou para a fuga. Vencido o desafio, vem a fase do pós-estresse. Quem já passou por um susto grande sabe que depois as pernas ficam trêmulas e, às vezes, andar é impraticável. O estresse do mundo moderno é muito diferente do que existia no passado. Resulta do acúmulo de pequenos problemas que se repetem todos os dias. Dívidas, compromissos profissionais, congestionamento inexplicável não liberam mediadores na quantidade necessária para enfrentar uma ameaça, mas provocam um discreto e constante aumento da pressão arterial e do número dos batimentos cardíacos que, sem dúvida, trazem consequências nefastas para o organismo. O estresse é uma defesa natural que nos ajuda a sobreviver, mas a cronicidade do estímulo estressante acarreta consequências danosas ao nosso organismo. Embora a tendência do indivíduo seja elaborar estratégias para resolvê-las, muitas vezes, ele vai se adaptando aos revezes do dia a dia. Se não conseguir criar essas estratégias, seu organismo não irá reagir convenientemente diante dos problemas e dará sinais de cansaço que podem afetar os sistemas imunológico, endócrino, nervoso e o comportamento. A continuidade dessa situação afeta a pessoa, exaurindo suas forças e ela cai num estado de exaustão, de estresse propriamente dito. Caso não consiga reverter o processo, as consequências não tardarão a surgir: aumento da pressão arterial, crises de angina que podem levar ao infarto, dores musculares, nas costas, na região cervical, alterações de pele, etc. Daí a importância de a pessoa estar alerta para os sinais que o corpo registra. O primeiro passo é identificar a causa do estresse e verificar se é possível afastá-la. Se não for, é preciso criar estratégias para resolvê-la. Às vezes, a solução encontrada não é a ideal, mas é a que se pode pôr em prática naquele momento. Além disso, horas de sono e de lazer para reduzir os níveis constantes de adrenalina também são boa medida profilática. A atividade física, mas sem cobrança de desempenho perfeito, é fundamental nesse processo e curtir alguns hobbies ajuda muito desde que não estejam relacionados com o trabalho do dia a dia. Acima de tudo, a pessoa não deve automedicar-se, seja com tranquilizantes, analgésicos ou mesmo álcool. Se a pessoa não conseguir controlar os níveis de estresse sozinha, deve procurar ajuda profissional. A atividade física também ajuda a neutralizar a ação dos neurotransmissores que são liberados pelo estresse, porque nosso organismo tem uma fábrica excelente de endorfina. Se fizermos exercícios, quaisquer que sejam eles, por mais de 20 minutos, o nível de endorfina, principalmente no cérebro, aumenta e isso proporciona uma sensação de bem-estar. Fonte: Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo