GRUPO DE REFLEXÕES COM ADOLESCENTES: DANDO VOZ AO SILÊNCIO

BARBOSA, Da Silva. Tainá¹

LOPES, Da Silva R. Carla¹

TORRES, Samantha²

RESUMO

Este artigo versa sobre uma intervenção acadêmica de psicologia realizada em uma escola pública no município de Porto Alegre- RS com adolescentes cursando o oitavo ano do ensino fundamental. Trata-se de um estudo descritivo a partir de observações oriundas a esta intervenção que foi norteada pela metodologia de grupoterapia orientada por Pinchon Riviére. Com objetivo de identificar a importância de trabalhos em grupos nas escolas e a construção de espaços para momentos de reflexão onde esses jovens sejam acolhidos com suas demandas. Sugerimos a continuidade de intervenções nesta abordagem, devido à riqueza de informações e aspectos a serem desenvolvidos. Ilustra-secomo os grupos de reflexão são importantes para os jovens que estão em pleno desenvolvimento tanto emocional como físico. Vimos que a função continente do grupo terapia são de grande valor para o desenvolver do grupo e o crescimento individual de cada adolescentes ali presentes nas atividades. Bem como a carência de parcerias nas escolas de profissionais com atividades dirigidas ao adolescente.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes; escola; grupo operativo; psicologia.

ABSTRACT:

This article deals with an academic intervention of psychology held in a public school in the city of Porto Alegre-RS with adolescents attending the eighth grade of elementary school. This is a descriptive study based on observations from this intervention that was guided by the group therapy methodology guided by Pinchon-Riviére. In order to identify the importance of group work in schools and the construction of spaces for moments of reflection where these young people are welcomed with their demands. We suggest continuing interventions in this approach, due to the wealth of information and aspects to be developed. It illustrates how important reflection groups are for young people who are in full development both emotionally and physically. We have seen that the continent function of the therapy group are of great value to the development of the group and the individual growth of each teenagers present there in the activities. As well as the lack of partnerships in professional schools with activities aimed at adolescents.

KEYWORDS: Adolescents; school; operating group; psychology.

  1. Acadêmicas do curso de Psicologia do Centro Universitário FADERGS.
  2. Professora Orientadora Mestre em Psicologia Social e Institucional pelo do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGPSI/UFRGS/2016).

INTRODUÇÃO

Uma das fases da vida do ser humano, mais emblemática sem dúvida é a adolescência, pois encontra-se em uma transição entre a infância e a vida adulta. E toda a mudança de status impacta em alguma consequência, especialmente nesta fase de desenvolvimento que está carregada de transformações fisiológicas e psicológicas que na maioria das vezes acabam influenciando o meio social.

A adolescência para Aberastury e Knobel (1981, p. 13) “é um período de contradições, confuso, ambivalente, doloroso, caracterizado por fricções com o meio familiar e social. Este quadro é frequentemente confundindo com  crises patológicas”. Para a mesma autora, é difícil para o adolescente assimilar os impactos projetivos de seu meio social, sendo um receptáculo propício para encarregar-se de conflitos alheios e assumir aspectos mais doentios deste meio de convívio. Ou seja, a sociedade tem projetado suas falhas, na juventude (ABERASTURY; KNOBEL, 1981).

A escola neste período é um ambiente fundamental para o auxílio da construção do sujeito, tradicionalmente de fonte de conhecimento, estabelecimento de disciplina e normas. O ambiente escolar também faz com que este indivíduo integre-se ao meio coletivo, promovendo assim um espaço de descobertas a fim de ampliar potencialidades.

A escola é uma das instituições mais importâncias na vida do indivíduo, dedica-se ao processo de ensino e aprendizagem, englobando múltiplas questões sociais históricas e atuais.  Sendo a educação escolar fundamental ao processo de socialização do conhecimento produzido pela humanidade (LIMA, 2005). Neste contexto socioeducacional Wagner (2018), aponta o processo educacional responsável pelo crescimento, transformação e desenvolvimento da pessoa, o preparando a para sua vida interpessoal por meio de competências e habilidades desenvolvidas.

Como descrito anteriormente à adolescência é um período de transição e toda mudança requer algum período de adaptação, os adultos que cercam estes jovens devem estar atentos aos processos esperados da adolescência para poder ajudar atravessar este momento com segurança. Onde nesta fase as mudanças físicas acabam refletindo nas atitudes comportamentais e os processos bioquímicos hormonais influenciando nas emoções desses jovens, de modo a transparecer algo patológico para os que o rodeiam.

Diante deste cenário de grandes oportunidades da escola e adolescência, foi realizado o projeto de intervenção Grupo de reflexões com adolescentes: dando voz ao silêncio, a partir das observações das rotinas da escola durante estágio acadêmico, considerando importante a formação de grupos desde jovens, já que observamos no local situações de conflito entre os adolescentes. Pensamos em obter esses debates de novas ideias, padrões, para que assim consigam ressignificar novos aspectos desses assuntos com uma estrutura adequada.

Conforme o site do Conselho Federal de Psicologia o psicológico deve junto aos educadores resgatar o papel de educar através de princípios e experiências, não somente de transmissão de conhecimentos, para assim tornar a escola um espaço de expressão da subjetividade, de estabelecimento de laços sociais (CFP, 2018).

OBJETIVO

Identificar a importância de existir trabalhos em grupos na escola, para que se possa proporcionar aos estudantes um espaço onde se construa momentos de reflexões sobre o que eles vivem nesta fase da adolescência. Que este local seja propicio para discussões de temas emergentes destes jovens, pois nesse ambiente eles serão acolhidos com suas demandas, para que assim possuam um amparo na formação de suas identidades.

METODOLOGIA

O projeto que aplicamos em uma escola pública, foi uma intervenção de grupo, onde se trabalhou com os adolescentes do oitavo ano do ensino fundamental. Para Leblon (1997), o grupo é um ambiente onde se desenvolve trocas, que cada um aprende a situar-se em relação ao outro, encontrando um território e símbolos coletivos que permitem falar sobre todos, permitindo traçar uma rede singular de interações sempre favorecendo a descoberta da força afetiva das co-produções.

De acordo com o autor Carlos (2013), o grupo também pode ser percebido como um ambiente onde os indivíduos mostram suas diferenças, onde as relações de poder estão expostas, onde o conflito é inerente às relações que se estabelece. Onde há uma convivência do diferente, em um movimento de cada um e de todos procurando discutir suas ideias com os outros.

  Zimerman (2000), caracteriza alguns requisitos para compreender um grupo, são os seguintes: o grupo não é um somatório de indivíduos, ele se constitui como uma nova entidade com leis e mecanismos próprios; os integrantes estão reunidos em uma tarefa; o tamanho do grupo não pode afetar o limite da comunicação, verbal, visual, auditiva e conceitual; deve haver um setting e o cumprimento das combinações nele feita; o grupo se manifesta como uma totalidade; deve manter preservado as identidades  específicas de cada membro do grupo; é inerente a constituição do grupo  a existência de uma interação afetiva de natureza múltipla e variada dos seus membros; em todo grupo coexiste duas forças contraditórias, umas tendente à coesão e a outra à sua desintegração; é inevitável a formação de um campo grupal dinâmico, onde circula fantasias, ansiedades, identificações, papéis.

Na nossa intervenção usamos como modalidade grupal o grupo operativo, de acordo com Pichon Rivière (2005), este grupos têm suas atividades centradas na mobilização de estruturas e estereotipadas por causa do momento de ansiedade despertada por uma mudança. O esclarecimento, a aprendizagem, as tarefas condizem com a melhora, criando um novo esquema de referência.

Teoria da aprendizagem e da comunicação, o grupo expressa tanto na forma de formular seus problemas, quanto em seu discurso. A comunicação grupal é possível pela existência de um esquema conceitual, referencial e operativo em termos de comunicação e informação, estes processos são de codificação e decodificação de sinais pertencentes ao indivíduo e do grupo.  No grupo, essa comunicação torna-se uma espiral dialética, paralela ao curso da aprendizagem, compreende-se que a aprendizagem segue o trilho da comunicação e vice-versa.  (PICHON-RIVIÈRE, 2005)

Para Pichon Rivière (2005), o ato de ensinar e aprender, junto ao indagar ou investigar, compreende o ensinar e o aprender, uma dialética experiência de aprendizagem constante, assim na interação os participantes, descobrem, aprendem e ensinam o grupo. Com essa linha de pensamento, percebe-se que a troca de experiência, diálogos, gera um crescimento de conhecimento e aprendizagem no grupo.

Assim usamos os grupos operativos voltados para aprendizagem, mais especificamente grupo de reflexão. “O grupo de reflexão é uma indicação prioritária em todos os programas educacionais, que visam alinhar o propósito da informação o da formação, especialmente no que se refere à aquisição e atitude internas” (ZIMERMAN, 2000, p. 92).

RESULTADOS

A intervenção foi desenvolvida em uma escola pública de Porto Alegre com adolescentes, estes tinham entre 14 à 18 anos de idade, o grupo continha 13 alunos, estes cursando o oitavo ano. O grupo obteve apenas quatro encontros, pois ouve questões institucionais atravessando o andamento do trabalho. Os encontros foram coordenados por duas estudantes de psicologia do oitavo e nono semestre. O foco do trabalho era obter um espaço onde esses jovens pudessem se comunicar, compartilhando o que se pensa e sente.

A adolescência é um período de grande vulnerabilidade, devido a mudanças físicas e psicológicas do desenvolvimento é quando o indivíduo inicia a se tornar independente dos pais, valorizando mais os pares, também querendo explorar uma variedade de situações as quais ainda não sabe bem como lidar (SAPIENZA; PEDROMÔNICO, 2005).  Este olhar maior na adolescência, um momento decisivo para o percurso de vida, passou a ser, então, deslocada para os fatores de mudança e plasticidade, bem como para a diversidade social e cultural, que podem ser mais declarado neste período. (SENNA; DESSEN. 2012)

A juventude é uma etapa evolutiva em que as antigas formas identificatórias vão se plasmar, oportunizando assim uma ressignificação por meio do a posterior. A desidentificação adquire papel de grande significado no processo de formação de identidade (BECKER; BRODACZ, 2015).

A partir do momento que os adolescentes revisão padrões estabelecidos para formar sua próprias, opiniões, ideias e ideais, renuncia ao que até então constitui sua fonte de segurança: suas identificações parentais e a internalização de um ideal de ego (KANCYER, 1985,1999 apud BECKER; BRODACZ, 2015).

A partir deste referencial podemos identificar o quão rico é poder estar inseridas com o trabalho junto aos jovens, podendo dar voz as suas questões com olhar atento sem julgamentos e sim acolhedor.

 No primeiro encontro do grupo foi estabelecido normas para eles, quais seriam os dias e horários para a atividades. Nesses encontros foram discutidos inúmeros assuntos, os quais eles traziam para a roda, como lidar com seus sentimentos, os relacionamentos com os pais e familiares, amigos e namorados, preocupações com o futuro, por exemplo, que faculdade ou trabalho seguir. Além das conversas os integrantes produziram poemas e desenhos sobre os temas ali trabalhados.

Zimerman (2000), cita três possibilidades de trabalho clínico com grupos de adolescentes, uma delas é usar a interpretação para acabar com as ansiedades das fantasias inconscientes dessa fase; permitir a livre manifestação de ações e sentimentos, as quais serão devidamente contidas pelo terapeuta; e a terceira permite o grupo socializar com uma liberdade de atividades criativas, que permite o imaginário e o simbólico. Vimos que estas formas de trabalho podem caminhar juntas, auxiliando uma a outra, e assim proporcionando o grupo em um espaço continente.

Ao longo da intervenção percebemos como o grupo foi exercendo uma função continente. Zimerman (2000), pontua quatro aspectos da função continente, os quais conseguimos notar durante a evolução de cada encontro com o grupo, a seguir estes aspectos estarão listados e comentados referente a como se sucedeu nesse grupo de adolescentes.

O primeiro ponto que Zimerman (2000) traz é sobre o setting grupal, onde se estabelece uma definição de limites, um aporte de realidade exterior, com o entendimento das regras, leis e normas imposta pela cultura da sociedade, assim estabelecendo o reconhecimento da assimetria. Com isso vimos que no decorrer dos encontros do grupo, os adolescentes foram se adequando ao funcionamento do setting, cumprindo os deveres, responsabilidades e desempenhando os papeis de participantes, assim se determinou uma função continente feita pelo grupo.

Segundo Zimerman (2000), o que se dá de mais importante no grupoterapeuta é a potencialidade de acolher os jogos intensos de identificações projetivas, que circula em todo o grupo, e atinge de forma mais intensa o terapeuta. Por tanto, ele deve conter essa carga projetiva coberta de desejos, angustias, pulsões amorosas e agressivas, etc., para que consiga fazer a discriminação entre elas e descodificação, entender o que é de cada um e de todos, transformar e desenvolver uma forma ressignificação, dando nomes a experiências ali colocadas. Observamos que este trabalho de acolher as identificações projetivas e ressignifica-las, gerou uma certa tranquilidade no grupo, pois assim eles começaram analisar algumas situações de formas diferentes.

Outra observação que Zirmenan (2000) pontua é que cada integrante do grupo possa com o auxílio do grupoterapeuta, adquirir a aptidão ser continente não apenas a suas próprias angustias, mas dos seus pares. Notamos que os jovens integrantes do grupo, algumas vezes conseguiram exercer esse papel de continente, dando apoio aos colegas no controle de seus problemas, promovendo um alívio, aumento da confiança e auto- estima.

O último aspecto que Zimernan (2000, p 102) relata “que o próprio grupo, como uma entidade abstrata, funciona como um importante continente.”  Desta forma os integrantes quando formam um aspecto de pertencimento ao grupo, sendo aceito e reconhecido pelos demais e vice-versa, gerando uma sentimento de que se pode contar com o outro. Escutamos muitas vezes falas dos adolescentes nesse sentido de pertencimento do grupo, como “O nosso grupo vai acontecer hoje tia” (SIC), e o quanto esse sentimento de inclusão em um ambiente continente era benéfico para eles, pois traziam este questionamento de dúvida em relação a continuidade do seu grupo, pois além de tudo precisavam desse local de escuta qualificada.

Conforme Papalia (2013), o grupo de pares na adolescência tem uma importância na fonte de apoio emocional durante a complexa transição emocional desta fase. O grupo de pares é uma fonte de afeto, acolhimento, entendimento e orientação da moral, um local para conquistar a autonomia e independências dos pais.  

Lemos e Neto (2017), aponta que a psicoeducação pode ser feita em diversos ambientes, pois visa uma intervenção que junto ao paciente co-construa estratégias de enfrentamento, tenha conhecimento de seus anseios e expectativas sobre um problema. Pensando em contextos educativos, podemos então expandir esse conceito através das considerações de CINTRA e GUERRA (2017) sobre a psicologia positiva: mais do que buscar soluções em conjunto para um “problema”, faz-se necessário buscar alternativas que foque na potencialidade da situação e das pessoas envolvidas.

Tendo em vista que “O processo de educação é um processo psicológico”. (VIGOTSKI, 2003, p. 41 apud MOREIRA; GUZZO, 2016p. 5).  Pode-se assumir a importância do psicólogo no âmbito escolar, entretanto embora diferentes as atividades de pedagogos e psicólogos, contudo ambas constituem um processo educativo (MORREIRA; GUZZO, 2016). No entanto outro autor aponta uma necessidade de maior clareza quanto a identidade e finalidade profissional entre os psicólogos educacionais.

Na construção da psicologia que elege a educação como objeto de reflexão e ação, é preciso subsídios teórico-práticos importantes que possibilitem a consolidação de um corpo de conhecimentos mais sólidos que faça avançar, no interior da ciência psicológica, a compressão sobre o processo de construção social do indivíduo e que permita que a educação possa construir práticas pedagógicas (LIMA, 2005,p. 22).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A convivência com outros oportuniza ao indivíduo a construção de suas aprendizagens, assim transformando a si e ao meio que está inserido, neste sentido a escola é um local de interação social muito rico, já que muito tempo é dedicado para este ambiente, tanto diariamente quanto cronologicamente. Perpassa da infância até a adolescência o período escolar, e justamente nesta fase de transição, tanto do adeus a infância quanto as inquietudes para idade adulta que surgem, a escola pode ser uma aliada para apoiar o desenvolvimento saudável destes jovens.

A partir desta reflexão, foi desenvolvida a intervenção, para que pudéssemos dar voz a esses jovens, com um olhar diferenciado ao normatizador da sala de aula, sem julgamentos, promovendo um espaço livre. Afim de despertar a interação ao grupo, suscitando assuntos espontâneos bem como auxiliá-los no esclarecimento das dúvidas, de forma dinâmica, colocando-os como protagonistas e interagentes.

Inicialmente nos sentimos desafiadas com a intervenção, tomadas pelo receio devido à inexperiência com grupos. No entanto, já no princípio nos sentimos muito a vontade, pois obtivemos a aceitação e o respeito, estabelecendo assim o vínculo positivo com os jovens.  Conseguimos alcançar nosso objetivo inicial e para, além disto, identificamos situações de sofrimento as quais foram encaminhadas para psicoterapia.

No entanto ao longo do calendário da intervenção, fomos surpreendidas com outro desafio, a greve dos professores, o que impactou no desfecho de nossa atividade. Fato que não pode passar despercebido, pois podemos sentir junto a estes jovens a dificuldade em estar à mercê do serviço público, que deveria garantir com qualidade o direto da educação. Porém não podemos deixar de estar sensibilizados aos professores que têm de prover seu sustento com salários parcelados e benefícios na eminência de serem cessados, gerando descontentamento e desmotivando o serviço.

Ficamos tanto quanto os adolescentes nos questionando, também nos surgiram angústias frente a este cenário, pois nos preocupa que além das questões pessoais, fiquem preocupados com seu futuro que em boa parte depende de uma educação de qualidade. Não queremos aqui questionar a qualidade do serviço dos professores, mas entendemos que eles precisam estar motivados e dignamente valorizados para que possam prestar um serviço a comunidade escolar motivador, tendo em vista as dificuldades que a rede pública já enfrenta, como a falta de recursos, violência entre outros.

No entanto nos sentimos privilegiadas em fazer parte deste momento, que embora seja um pequeno recorte do ambiente escolar nos colocou como pontes, pois esse é o objetivo da educação: construir pontes para o futuro. Para que esse futuro seja possível, a escuta sensível se faz necessária, pois impulsiona potencialidades, estimula a fala podendo quebrar paradigmas.

Como diz Cora Coralina: feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina – dessa forma, inserir-se no contexto escolar: para que os saberes sejam compartilhados, potencializados e o aprendizado estimulante. Considerando o contexto em que a população da escola está inserida produzindo uma aprendizagem compartilhada significativa valorizando os sujeitos e as subjetividades daqueles que ali passam boa parte de suas vidas.

Sugerimos a continuidade de intervenções nesta abordagem, devido à riqueza de informações e aspectos a serem desenvolvidos. Bem como a carência de parcerias nas escolas de profissionais com atividades dirigidas ao adolescente. Impulsionar, este tipo de intervenção contribui no esclarecimento de questões latentes angustiantes, esclarece dúvidas cotidianas, promove o debate, a interação social desenvolvendo-os e os encorajando-os como protagonistas e sujeitos construtores e formadores de opinião.

REFERÊNCIAS

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