TRANSTORNOS ALIMENTARES: O QUE SÃO E COMO TRATÁ-LOS?

Transtornos alimentares são considerados transtornos psicopatológicos associados com a ingestão de alimentos e a sua repercussão para a autoimagem. Eles dizem respeito aos hábitos alimentares de uma pessoa e um uso disfuncional da alimentação, causando problemas graves à saúde física e mental.

Os transtornos mais conhecidos são:

ANOREXIA NERVOSA: quando há a baixa (ou nenhuma) ingestão de alimento e/ou líquidos, levando a agravamentos severos da saúde física, como anemia ou leucemia. A anorexia tem uma repercussão na autoimagem, levando, por vezes, a alterações perceptivas (delírios) em relação à percepção do próprio corpo (por exemplo, ver o corpo “maior” ou “mais disforme” do que ele é).

BULIMIA: consiste na ingestão impulsiva de alimentos calóricos ou em grande quantidade e, posteriormente, o uso de comportamentos compensatórios (como o vômito, a ingestão de medicações ou chás laxativos, a prática exagerada de exercícios físicos, jejuns etc.). A Bulimia também pode ocasionar sérios problemas à saúde.

T.A.R.E.: o Transtorno Alimentar Restritivo-Evitativo (TARE) consiste no uso severo de dietas ou protocolos alimentares, causando impacto na nutrição e saúde. O TARE é um transtorno insidioso e pode, algumas vezes, ser confundido como uma “dieta rigorosa” ou uma “exigência muito alta” sobre os tipos de alimentos ingeridos.

COMPULSÃO ALIMENTAR: causa mais frequente do ganho de peso, a compulsão alimentar consiste na ingestão exagerada de alimentos. Nesses quadros, os indivíduos comem sem apetite e o hábito compulsivo supre ansiedades ou elementos depressivos. É comum chegarem-se a níveis extremos como obesidade ou diabetes em função da compulsão alimentar.

Todos esses transtornos devem ser tratados de forma imediata e exigem acompanhamento interdisciplinar, por psicólogo, psiquiatra e nutricionista. Ainda, alguns quadros, como a anorexia nervosa severa ou a compulsão alimentar crônica, associada a outros quadros psicopatológicos, podem exigir o uso de medicação antipsicótica e, inclusive, internação hospitalar.

O estigma contra essas síndromes é muito alto e é importante não culpabilizar o acometido pelo transtorno alimentar. Suas causas são complexas e, assim qualquer outra psicopatologia, possuem necessidade de acolhimento e tratamento.

Sobre o autor: Willian Krüger (CRP 07/35028) é psicólogo formado pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), com mestrado em andamento pela mesma instituição na área de Psicologia Clínica. É especializando em psicoterapia psicanalítica pelo Instituto de Ensino Horizontes (IEH). Possui expertise no tratamento de ansiedade e depressão, bem como em processos psicossociais, saúde e desenvolvimento. Ele é parte do corpo clínico da Clínica Horizontes.