Marilei Zanini
Estudante de Psicologia na PUCRS. Estagiária em Psicologia Clínica.
EVENTO DE 10/08/2020 – Paternidades hoje, com Sérgio Lewkowicz
Na pós-modernidade, vivemos o declínio do patriarcado e toda a insegurança que decorre de um movimento cultural irreversível. O homem não é mais dono de sua mulher, dos seus filhos ou de seus escravos. Nem mesmo para ter filhos, os homens são imprescindíveis porque uma mulher pode ser mãe simplesmente adotando um embrião fertilizado em laboratório com um óvulo e um esperma de pessoas anônimas. Cai o mito do falocentrismo e a questão é: o que vamos colocar no lugar?
A família nuclear tradicional – com pai, mãe e filhos biológicos – está em franco processo de extinção no sentido de ser a única opção para a vida humana. Então, qual é o papel do pai? Qual é o papel da mãe? E o que o filho precisa receber dessas duas funções – paternidade e maternidade – para se constituir um sujeito de poder e de saber por conta própria?
Não são apenas os laços de parentesco que constituem uma família, longe disso, afirma o psicanalista Sérgio Lewkowicz. Ele lembra que “família” é algo que se constitui com afeto, compromisso ético, solidariedade e a intimidade que o grupo envolvido consegue gerar: “pai e mãe não nascem prontos, eles se formam à medida em que são exigidos nessas tarefas”. Portanto, Lewkowicz afirma que paternidade e maternidade têm a ver com a capacidade de homens e mulheres de “adotarem” seus filhos, sejam biológicos ou não. “Somente se puderem adotar seus filhos, homens e mulheres saberão o que é ser pai e ser mãe”.
Ou seja, paternidade e maternidade estão muito além do sexo, do gênero, dos envolvidos. E você pode assistir a essa brilhante discussão no canal da Horizontes no YouTube acessando esse link: https://www.youtube.com/watch?v=CdBO1nrtc98