13/08/2020 – Mulheres e desejo, hoje, com Maria Alejandra Rey, psicanalista, representante da IPA na América Latina, e Richelle Albrecht, psiquiatra da Clínica Horizontes

Por Marilei Zanini
Estudante de Psicologia pela PUCRS, estagiária em ênfase específico em Clínica Horizontes.

Já em 1908, o psiquiatra e psicanalista Sándor Ferenczi (1873 – 1933) dizia que as mulheres deveriam reivindicar sua autonomia sexual e deixar de se submeter aos homens. Mas quem consegue vencer sozinha a força do patriarcado? Quem consegue viver seu próprio desejo quando o único caminho subjetivo permitido pela cultura é o da maternidade? Até hoje, o desejo de filho é a única lógica permitida para as mulheres – ou seja, não há espaço para o desejo livre de feminilidade a não ser pela via da transgressão cultural. No entanto, muita coisa já mudou e, diante do protagonismo das mulheres em algumas áreas, abriu-se espaço também para um novo lugar para os homens, embora eles ainda não tenham as ferramentas necessárias para responder a essas novas demandas. Então, eles tentam restaurar sua potência, sua virilidade, agredindo as mulheres.

Judith Butler, filósofa especialista na Teoria Queer, afirma que ser de certo gênero não determina necessariamente o que se deseja porque existe um desejo primordial que é constitutivo para todos: é o desejo de ser reconhecido. Somente pela experiência de reconhecimento nós nos tornamos sociais. E já não se trata de falar de feminismo como questão exclusiva das mulheres, mas de um projeto radical de transformação da sociedade como um todo: um projeto de despatriarcalização, de descolonização, com amplo teor social e ecológico.

Você não pode perder essa conferência, que pode ser vista na íntegra aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X6e6TrEAnX0