O que é dislexia?

dislexia-blocos-empilhando-crianca-225x180Muito se ouve falar sobre dislexia, mas realmente o que é e como pode ser a intervenção com pessoas que tem essa dificuldade?

Desde 1960 autores como Orton, Hermem, e Thompsom já se preocupavam com a definição correta de dislexia (ROTTA, 2006).

Porém, quem desconfiaria que Albert Einstein já em seus relatos, colocava sua dificuldade em ler e compreender a palavra escrita. E que o ator Tom Cruise precisa que alguém grave seus diálogos e roteiros pois não consegue ler.

Em 1975, Critchley relatou que, segundo a definição da World Federation of Neurology, a dislexia é um transtorno manifestado por dificuldade na aprendizagem da leitura, independente de instrução convencional, inteligência adequada e oportunidade sociocultural (ROTTA, 2006).

Ao se desmembrar a palavra, de imediato temos a primeira noção básica do que vem a ser dislexia.

DIS = distúrbio, dificuldade
LEXIA = leitura (do latim) e/ou linguagem (do grego)
DISLEXIA = distúrbio da linguagem

Sendo que, etimologicamente dislexia seja traduzido do latim e do grego como distúrbio de linguagem, esse termo foi adotado para denominar um distúrbio específico na aquisição da leitura e escrita. Isso não implica que, ao menor sinal de dificuldade nessa área, possamos identificar um indivíduo disléxico. São várias as causas que podem interferir no processo da aquisição da linguagem, por isso se torna tão importante um diagnóstico preciso realizado por uma equipe multidisciplinar e de exclusão, que se tenha no mínimo dois anos de alfabetização e seis meses de tratamento, sendo oferecido diferentes metodologias de alfabetização.

Se formos procurar no manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos mentais – DSM-IV (1995), o mesmo caracteriza a dislexia como comprometimento acentuado no desenvolvimento das habilidades de reconhecimento das palavras e da compreensão da leitura.

Crianças portadoras de dislexia com frequência se reportam ao ato de ler como se as letras estivessem dançando, caindo ou pulando, por isso sua dificuldade em acompanhar ou desenvolver a leitura como os demais.

Os especialistas referem-se que o momento no qual a dislexia se evidencia, ou seja fica mais clara, é o período de 6 a 7 anos. Nessa fase é que se observa que as crianças começam a apresentar mais dificuldades para ler e escrever.

O que precisa ficar claro é que o portador de dislexia vai tê-la até a vida adulta. Porém, com o tratamento adequado, a sua vida vai melhorando e encontrando formas de superar suas dificuldades. Por isso, a importância de um diagnóstico e tratamento adequado.

Seria muito importante que todos os professores e especialistas soubessem o que é dislexia. Com a devida orientação, o aluno conseguirá ser bem sucedido em classe.

Características de acordo com ROTTA:

  • Leitura e escrita muitas vezes incompreensíveis;
  • Confusões de letras com diferente orientação espacial;
  • Confusão de letras com som parecido;
  • Inversão de sílabas ou palavras;
  • Substituição de palavras com estrutura semelhantes;
  • Supressão ou adição de letras;
  • Dificuldade para ler o texto lido.

Algumas dicas para pais e professores:

  • Dê ao aluno disléxico o roteiro das atividades planejadas, isso ajuda a organizar seu pensamento e diminua a ansiedade;
  • Dê atenção especial e sempre tente encorajá-lo a fazer perguntas frente á duvidas;
  • Utilize vários materiais de apoio para apresentar a lição à classe, como:figuras, lousa, projetores de slides, retro-
    projetores, desenhos, filmes educativos, esquemas, demonstrações práticas, maquetes e outros recursos multimídia;
  • Não solicite leitura perante o grupo, pois isso fará com que o aluno perca sua confiança;
  • Utilize bastante recursos visuais;
  • Enalteça seus aspectos positivos;
  • Proporcione dinâmicas de grupo, maquetes, entrevistas e trabalho de campo;
  • Diversifique a avaliação com métodos alternativos e diferentes;
  • O aluno deve fazer uso de tabuadas, calculadoras e dicionários durante as provas, explicando sempre o porque do diferencial;
  • Leia as avaliações e trabalhos em voz alta e certifique-se que todos entenderam, após dê explicação individual ao aluno.

Dessa forma a família e a escola estarão contribuindo para ajudar o aluno a amenizar e conviver melhor com as dificuldades do disléxico.

Bibliografia

  1. ROTTA, Newra Tellechea e colaboradores . Transtorno da aprendizagem – abordagem Neurobiológica. Porto alegre: Artmed, 2006.
  2. NICO, M.A.N. et. Al. Levantamento do desempenho de crianças, jovens e adultos disléxicos. São Paulo: Frontis, 2000.